sábado, 26 de abril de 2014

Dioagnose das principais doenças que causam danos a cultura do pimentão

Na cultura do pimentão as doenças causadas por fungos, bactérias e vírus são fatores limitantes na produção, aumentando os custos e dificultando a expansão dessa cultura no Brasil.

Principais Doenças do Pimentão, Causadas por Fungos:


Murcha-de-Fitófitora – Phytophthora capsici

É uma das principais doenças do pimentão no Brasil, podendo causar grandes prejuízos para o produtor. Ela é favorecida no verão por clima quente, principalmente quando o solo se encontra muito úmido. Os sintomas mais típicos da doença são a murcha repentina e necrose de cor marrom-escura no colo, seguida de morte da planta. Os sintomas também aparecem nas folhas, caule, ramos e frutos, onde são observadas lesões “encharcadas”, necrose e apodrecimento.A doença ocorre em reboleiras, sendo a disseminação planta a planta feita pela água da chuva ou de irrigação. Em condições de alta umidade, o patógeno pode afetar os frutos, causando podridão dos mesmos, com formação de um mofo branco em sua superfície, correspondentes ao micélio e esporos do fungo. Pode permanecer no solo por até 3-5 anos.


Controle 

• Plantio em solos não contaminados (ou submetidos à solarização); 
• Uso de mudas sadias; 
• Plantio em solos bem drenados; 
• Manejo adequado da irrigação;

Oídio – Oidiopsis taurica

Tem sido uma das principais doenças e do pimentão em cultivo protegido, mas que também pode ocorrer e causar prejuízos no campo, principalmente na época seca do ano. O sintoma é inicialmente observado na face superior das folhas e consiste de manchas cloróticas. Na face inferior correspondente, observa-se o desenvolvimento de um micélio pulverulento branco, pouco denso. Em condições favoráveis à doença, ocorre desfolha acentuada das plantas, a partir das folhas mais velhas, com conseqüente redução na produtividade. 











Controle
  • Evitar plantar nas proximidades de plantas velhas de pimentão ou tomate;
  • Adubar corretamente as plantas, de acordo com análise do solo;
  • Destruir os restos culturais logo após a última colheita;
  • A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas aplicados preventivamente ou após o aparecimento dos primeiros sintomas. Neste caso, deve-se utilizar apenas fungicidas registrados no Ministério da Agricultura para cada cultura.
   Antracnose – Colletotrichum spp.

      É uma doença muito importante no Brasil, pois causa danos diretos nos frutos, inviabilizando sua comercialização.  Os sintomas da doença iniciam-se com pequenas áreas arredondadas e deprimidas. Com o passar do tempo a lesão cresce e seu tamanho final vai depender do tamanho do fruto. Sob alta umidade a lesão apresenta-se coberta por uma massa cor de rosa, formada por esporos e mucilagem produzidos pelo fungo. A doença é mais problemática em cultivos de verão, quando ocorrem temperatura e umidade altas. A disseminação do patógeno dentro da cultura ocorre através de respingos de água de chuva ou de irrigação. Á longa distância, a disseminação se dá através das sementes.






 












Controle

• Dar preferência a plantios em épocas secas, menos favorável à doença ou 
em estufas; 
• Nas épocas de calor e chuva, favoráveis à doença, fazer plantio menos 
adensado, para permitir melhor aeração entre as plantas; 
• Destruir os restos culturais, imediatamente após a última colheita; 
• Fazer rotação de culturas com espécies não solanáceas; 
• Fazer pulverizações preventivas na cultura, desde o início da frutificação 
com fungicidas registrados; 
• Os frutos devem ser expostos par comercialização em locais bem 
ventilados. 

Principais Doenças da Pimenteira, Causadas por Bactérias

Podridão-mole, talo-oco e canela-preta – Pectobacterium spp. (Erwinia 
spp.), Dickeya chrysanthemi (Erwinia chrysanthemi)

Doença favorecida por condições de umidade e temperatura elevadas. 
São bactérias habitantes do solo que produzem enzimas que destroem os tecidos das plantas e podem sobreviver em solos encharcados. Não apresentam muita especificidade a hospedeiras.  

A entrada da bactéria ocorre através de ferimentos que podem ocorrer na haste das plantas (quebra de galhos nos pontos de bifurcação) ou nos frutos (insetos, partículas de solo associadas a ventos fortes). Na haste, podem ocorrer dois tipos de sintomas denominados canela-preta e talo-oco. No primeiro observa-se um escurecimento externo e no segundo, uma deterioração da medula, criando um espaço vazio. Neste caso, a planta pode apresentar aspecto de murcha. 

Nos frutos ocorre apodrecimento úmido e mole (podridão-mole). Deficiência de cálcio, causando a podridão apical, pode também propiciar uma “porta de entrada” às bactérias apodrecedoras. 





Controle 

• Escolher a área de plantio, que não deve ter histórico da doença; 
• Evitar a contaminação do solo através de pessoal e máquinas que transitam por áreas contaminadas; 
• Plantar em solos com boa drenagem, não sujeitos a encharcamento; 
• Plantar nas épocas menos quentes do ano; 
• Não irrigar em excesso; 
• Evitar ferimentos de maneira geral; 
• Controlar insetos que podem causar danos aos frutos; 
• Evitar o uso de plástico preto como cobertura do solo durante o verão, porque mantém a temperatura e a umidade do solo excessivamente elevadas. 

Observação: O controle químico não é economicamente viável. 

Mancha-bacteriana – Xanthomonas campestris pv. vesicatoria 

É uma doenças da parte aérea favorecida no verão por condições de umidade e temperatura elevadas. Sementes contaminadas consiste na principal fonte de inóculo inicial para a ocorrência da doença, mas a disseminação dentro de uma lavoura é rápida e destrutiva nas épocas chuvosas ou em áreas irrigadas por aspersão. Plantas afetadas apresentam manchas foliares de aspecto encharcado, coloração marrom, de formado e tamanho pouco definidos. Áreas cloróticas podem se desenvolver inicialmente ao redor das manchas. Na medida que a doença progride ocorre desfolha intensa o que pode expor os frutos à queima pelo sol. Nos frutos as manchas são menores, iniciando-se como pequenos pontos de tonalidade verde-claro, que tornam-se marrom-claro, podendo ser ligeiramente deprimidos.









Controle

• Uso de sementes e mudas sadias. Se a produção de sementes for própria, deve-se tomar o cuidado de não extrair sementes de frutos e plantas com sintomas da mancha-bacteriana. Um tratamento térmico, por exemplo, com água a 52º C por 30 min, pode ser realizado em caso de suspeita de contaminação. 
• Evitar irrigação excessiva; 
• Evitar o uso de plástico preto como cobertura do solo durante o verão ou associado a irrigação por aspersão. 

Observação: Após a divulgação da extensão de uso de produtos para o controle da mancha-bacteriana, atualmente realizada com a pulverização de produtos à base de cobre  e certos antibióticos agrícolas na cultura de pimentão, esses princípios ativos poderão ser utilizados como ferramentas de controle. 

Murcha-bacteriana- Ralstonia solanacearum

Causa perdas em pimentão somente quando a temperatura e a umidade são muito altas, situação que é freqüente em regiões Norte e Nordeste do Brasil e ainda em alguns pólos de produção de terras baixas na Região Sudeste. Plantas afetadas podem não murchar, e apresentar apenas uma redução em crescimento. Quando murcham, os sintomas aparecem inicialmente nas horas mais quentes do dia. As folhas novas murcham primeiro, às vezes de um só lado da planta. O tecido exposto pelo descascamento da base do caule de planta murcha fica amarronzado. Na maioria das vezes, a doença só é percebida a partir do início da frutificação

















Controle 

• Escolher a área de plantio, que não deve ter histórico da doença em 
solanáceas ou em outras hospedeiras de R. solanacearum; 
• Evitar a contaminação do solo através de pessoal e máquinas que transitam 
por áreas contaminadas; 
• Plantar em solos com boa drenagem, não sujeitos a encharcamento; 
• Plantar nas épocas menos quentes do ano; 
• Não irrigar em excesso; 
• Evitar ferimentos nas raízes e na base da planta; 
• Arrancar, colocar em saco de plástico e retirar do campo as plantas com 
sintomas iniciais de murcha, espalhando aproximadamente 100 gramas de cal 
virgem na superfície da cova vazia; 
• Evitar o uso de plástico preto como cobertura do solo durante o verão, porque 
mantém a temperatura e a umidade do solo excessivamente elevadas.

 Principais Doenças da Pimenteira, Causadas por Vírus 

Mosaico do pimentão - Potato virus Y (PVY) e Pepper yellow mosaic virus (PepYMV) 

No passado, o Potato virus Y (PVY) ocorria amplamente na cultura do pimentão. Nós últimos anos esse quadro mudou drasticamente com a sua substituição na cultura do pimentão pelo Pepper yellow mosaic virus (PepYMV). Este vírus hoje é o principal problema na cultura do pimentão e tem a sua ocorrência em todas as regiões produtoras de pimentão do Brasil. Os sintomas nas folhas são mosaico, amarelecimento, distorção foliar e nos frutos redução de tamanho. A planta se infectada no início do ciclo tem o seu crescimento paralisado. O círculo de hospedeiros desse vírus é restrito a espécies da família Solanaceae. Os sintomas causados por PepYMV e PVY são praticamente indistinguíveis

Os sintomas em plantas suscetíveis infectadas com PepYMV são mosaico amarelo, mosqueado e deformação de folhas, muito semelhantes aqueles causados por PVY. Plantas afetadas pela doença apresentam diminuição da produtividade. 
Plantas afetadas pelo PVY exibem mosaico, mosqueado, clareamento de nervuras e faixas de coloração verde-escuro associadas às nervuras principais, sintoma denominado como faixa verde das nervuras. Plantas doentes podem exibir enrugamento e distorção foliar, além de redução no desenvolvimento da planta, outros sintomas incluem necrose de nervuras e necrose do topo da planta, podendo resultar em morte da planta.

Controle
  • Plantar sementes de variedades resistentes, quando disponíveis; 
  • Produzir mudas em locais protegidos com telas antiafídeos; 
  • Eliminar plantas hospedeiras alternativas que podem ser fonte de vírus e/ou do vetor, dentro e nas proximidades da lavoura;
  • Evitar o estabelecimento de lavouras novas próximo a plantios mais velhos e infectados com esses vírus;
  • Plantar em épocas do ano com baixas populações do vetor;
  • Eliminar restos de cultura, imediatamente, logo após a colheita, eliminando, dessa forma, fontes do vírus e do vetor.
  • O controle químico dos vetores, visando evitar ou reduzir a disseminação do vírus na área de plantio não é eficiente no caso dos pulgões, devido à alta eficiência de transmissão do vírus pelo vetor. Isto ocorre, por que os pulgões transmitem o vírus em poucos segundos e, neste caso, a infecção da planta ocorre antes da ação do inseticida sobre o inseto.
Vira-cabeça do pimentão - Groundnut ringspot virus (GRSV)

O vira-cabeça é uma das principais doenças do pimentão no Brasil, ocorrendo frequentemente em áreas cultivadas das diversas regiões brasileiras. Os maiores prejuízos são detectados quando ocorrem altas temperaturas e baixa umidade relativa, condições que favorecem a multiplicação do tripes que é vetor responsável pela disseminação do vírus em campo. Os sintomas observados em plantas doentes são: arroxeamento ou bronzeamento das folhas, ponteiro virado para baixo, redução geral do porte da planta e lesões necróticas nas hastes. Quando maduros, os frutos apresentam lesões anelares concêntricas. Não existem evidências de transmissão por sementes.













Controle
  • Plantar cultivares resistentes;
  • Estabelecer plantios em períodos em que a população do vetor seja baixa;
  • Situar os plantios de pimenteira distantes de áreas cultivadas com espécies de plantas que sejam hospedeiras do vírus e/ou que possam também abrigar o vetor;
  • Evitar estabelecer lavouras novas próximo a plantios mais velhos;
  • Eliminar plantas hospedeiras alternativas do vírus e/ou do vetor dentro e nas proximidades da área cultivada;
  • Realizar aplicação de inseticidas nas plantas na sementeira e após o transplantio das mudas para o campo.

Fonte:

The American Phytopathological Society (http://www.apsnet.org/Pages/default.aspx)
Embrapa (www.cnph.embrapa.br/)
Emater (www.emater.go.gov.br/intra/wp-content/uploads/downloads/2011/07/Manejo-de-Doenças)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Principais insetos e ácaros que causam dano à cultura do pimentão

Os artrópodes associados à cultura da pimentão podem causar danos indiretos, como os pulgões e tripes, vetores de viroses, e danos diretos, como besouros, lagartas, minadores de folhas, percevejos, cochonilhas e ácaros.


Vetores de viroses


As principais espécies de vetores de viroses associadas com a cultura do pimentão são os pulgões Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae e os tripes Thrips tabaci Frankliniella shulzei. Ainda que os danos diretos causados por estas espécies sejam de pouca importância, os danos indiretos causados através da inoculação de viroses têm importância econômica. Os pulgões, principalmente da espécie Myzus persicae, transmitem o vírus do mosaico do pimentão, enquanto que o vírus do vira-cabeça é transmitido pelas duas espécies de tripes.

Afídeos

Myzus persicae (pulgão verde)  












O pulgão verde M. persicae apresenta geralmente cor verde-clara quase transparente, havendo formas roxas ou amareladas. O abdômen e tórax têm aproximadamente a mesma largura até a base dos cornículos, que são ligeiramente mais largos na sua metade apical, enquanto a cauda é pequena.



 Macrosiphum euphorbiae (pulgão-das-solanáceas)



O pulgão M. euphorbiae é o maior dos afídeos que infestam solanáceas. Apresenta cor verde-escura, embora haja referências a formas rosadas ou amarelas com manchas escuras no dorso. O corpo é alongado e as pernas e antenas são compridas. Os cornículos são cilíndricos e de comprimento aproximadamente igual a um terço do tamanho do corpo. A cauda é de tamanho igual a um terço do comprimento dos cornículos.

Controle

· Não se recomenda a utilização de inseticidas para o controle dos vetores do vírus do mosaico do pimentão, por ser absolutamente ineficiente para prevenir a disseminação da moléstia, uma vez que os pulgões transmitem o vírus com uma simples picada de prova;
· Preparar as mudas em viveiros protegidos por telas contra pulgões é a melhor garantia de redução de perdas na produção causadas por viroses.

Tripes 


 Thrips tabaci, Thrips palmi e Frankliniella shulzei

A olho nu não é possível identificar com 100% de certeza uma tripes como sendo Thrips tabaci, dada a elevada semelhança entre esta espécie e diversas outras, entre as quais a Frankliniella occidentalis. Nestes caso é preferível recorrer ao microscópio.
Nestas espécies, as formas ápteras têm corpo alongado medindo aproximadamente 1 a 2 mm de comprimento e mostram coloração branco-hialino ou amarelo-claro. Os insetos podem ser encontrados na face inferior das folhas, brotações, primórdios florais e flores. 
Quando o ataque é severo causam lesões superficiais e deformações nos frutosEstes danos porémsão muitomenores do que aqueles produzidos indiretamente atravésda transmissão  do vírus do vira-cabeça do tomateiro.

















Controle



· Produzir mudas em viveiros construídos em local afastado dos campos de produção e protegido por telas que evitem a entrada dos tripes;
· Erradicar plantas hospedeiras nativas, solanáceas silvestres e solanáceas cultivadas voluntárias; · Evitar plantios novos em área adjacente a plantios mais antigos; · Incorporar ou queimar restos culturais;· Se registrado o produto, recomenda-se o uso de inseticida de solo somente na fase de sementeira, além de pulverizações periódicas com produtos de ação sistêmica ou de contato, na sementeira e na fase inicial da cultura;· Intensificar as pulverizações durante os períodos imediatamente anterior e posterior ao transplante, quando as plantas são mais susceptíveis ao vírus.

Besouros (Coleopteras)


Vaquinha - Diabrotica speciosa


Os adultos têm 5-7 mm de comprimento, corpo ovalado e coloração geral verde brilhante, mostrando três manchas amarelo-alaranjadas em cada élitro. As fêmeas fazem a postura no solo, próximo ao caule das plantas. As larvas são brancas e possuem no dorso do último segmento abdominal uma placa quitinosa de cor marrom ou preta. Os danos causados pelas larvas às raízes de pimentão são em geral pouco importantes. Os adultos, contudo, podem produzir injúrias sérias quando se alimentam das folhas, principalmente em plantas nas sementeiras ou recém-transplantadas para o campo.

Controle


Controle biológico de Diabrotica speciosa  com nematóides entomopatogênicos (Nematoda: steinernematidae e heterorhabditidae). Utilização de fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae. Controle químico.

Burrinho - Epicauta suturalis


Os adultos são besouros polífagos, negros, revestidos de densa pilosidade cinza na cabeça, élitros e patas, medindo 8-17 mm de comprimento. As fêmeas ovipositam geralmente no solo, podendo alcançar 400-500 ovos durante sua existência. Os ovos eclodem após 10 dias, e deles originam-se larvas que são ativas, fortes e predadoras de outros insetos. O adulto é a única fase desta espécie que é prejudicial às plantas, porque se alimenta das folhas, ramos tenros e brotações do pimentão e outras solanáceas.




Controle


· Práticas culturais como rotação de culturas, aração e gradagem do solo, pousio e queima dos restos culturais reduzem populações de burrinhos e vaquinhas;
· Inseticidas com ação de contato e ingestão são em geral eficientes para controlar estes insetos.

Lagartas(lepidoptera)

Lagarta Rosca - Agrotis ipsilon

Lagarta marrom acinzentada  com até 45 mm de comprimento e se enrola quando tocada. O adulto é uma mariposa de 35 mm de envergadura, asas anteriores marrons com manchas triangulares negras e asas posteriores brancas.Cortam as plântulas em início de desenvolvimento, acarretando falhas na cultura (causador de mortalidade de plantas).

controle

Revolvimento do solo, cultivo consorciado com Capim Kikuyo,  controle biológico natural por através dos inimigos naturais: Tachinidae (dípteros predadores), Braconidae ("vespinha"), Vespidae (vespas predadoras), Carabidae e Staphilinidae (coleopteros) e controle químico.

Brocas do ponteiro e dos frutos  - Tuta absoluta e Gnorimoschema barsaniella.

São insetos de ampla distribuição no Brasil e têm importância econômica em algumas áreas localizadas, onde foram constatadas perdas de até 66% dos frutos. As mariposas são muito pequenas, de cor cinza-escura e cabeça marrom-clara, cujo comprimento pode alcançar até 6 mm. A postura é feita no interior dos botões florais ou extremidade das brotações e ponteiro, isoladamente ou em grupos de dois e três ovos. As larvas alimentam-se do interior das hastes ou ponteiro, perfurando galerias, e também das flores e frutos, onde se alimentam das sementes. Há registro de que uma só larva pode danificar vários frutos, antes de iniciar a fase de pupa no solo. Os orifícios da saída das larvas servem como via de entrada para moscas diversas, as quais ovipositam no interior dos frutos, e cujas larvas favorecem o apodrecimento deles. Geralmente os frutos atacados pela praga desprendem-se das plantas, tão logo é iniciada a maturação e, em certos casos, há formação de uma camada bastante espessa de frutos caídos sob a copa das plantas. Os frutos danificados que conseguem manter-se na planta, mesmo maduros, ou aqueles que são colhidos enquanto colonizados pelas larvas ou moscas, concorrem para a deterioração de partidas inteiras de frutos colhidos e embalados, causando grandes prejuízos.

Os sintomas podem ser observados nas folhas, caules e frutos.
Nas folhas, numa fase inicial, os sintomas podem ser confundidos com os da Liriomysa spp (larva mineira), mas posteriormente a galeria aumenta de dimensão, alargando e dando-se a subsequente desidratação dos tecidos e um encarquilhamento característico.


Controle

Destruir os frutos encontrados sob as plantas para se evitar novas infestações;
A aplicação de inseticidas realizadas ao entardecer proporciona eficiente controle destas espécies, podendo reduzir os danos em até 80%;
Não utilizar inseticidas granulados sistêmicos no solo por ocasião do transplante visando o controle deste inseto (esta prática não apresenta bons resultados).
Realizar rotações culturais e no caso de sucessões, o tempo que deve medear entre as culturas séra de pelo menos 6 semanas.Recorrer ao uso da captura em massa utilizando armadilhas de água com feromona e detergente. As armadilhas deverão ser colocadas a 40 cm do solo e à razão de 20 a 40 armadilhas por hectare.Controle biológico com o Bacillus thuringiensis conjugando as subespécies kurstaki e aizawai tem revelado uma eficácia em todos os instares da larva, mas na fase larvar precoce a eficácia é ligeiramente superior.



Minadores de folhas 

Liriomyza huidobrensis, Liriomyza sativae Liriomyza spp. 

São pragas em condições naturais ou onde hortaliças não são continuamente pulverizadas com pesticidas devido à ação eficiente de diversos parasitas e predadores. Estas espécies causam danos econômicos quando inseticidas são utilizados exageradamente, ocasionando assim a eliminação de seus inimigos naturais, as vespinhas e formigas. Os adultos são moscas muito pequenas e apresentam coloração geral amarelo-brilhante e parte do tórax de cor preta lustrosa. As fêmeas utilizam o ovipositor para auxiliar a alimentação e postura. A inserção do ovipositor no limbo foliar inicialmente libera o exsudato da planta do qual a fêmea se alimenta. Favorece também a postura e a proteção dos ovos de condições climáticas adversas e de inimigos naturais. Durante seu ciclo de vida as fêmeas colocam 300-700 ovos, viáveis na sua maioria.

As larvas completam seu ciclo entre 9-12 dias após a postura e, durante este período, escavam galerias no parênquima foliar, que causam a morte das folhas, reduzindo a capacidade da planta em proceder à fotossíntese. Larvas no terceiro instar e pupas medem até 3 mm de comprimento e são de cor amarela.


























Controle

· Práticas culturais como o uso de ‘mulching’ e cobertura morta tendem a favorecer a ação de insetos como formigas, tesourinhas e besouros, que são eficientes predadores de pupas do minador de folhas;· Deve-se evitar a aplicação indiscriminada de inseticidas, principalmente aqueles de largo espectro, pois estes produtos eliminam os inimigos naturais do minador-de-folhas.


Mosca branca - Bemisia sp.

Suga seiva podendo debilitar a planta, pode injetar toxinas ou vírus podendo comprometer a qualidade de frutos e causar problemas em folhas.Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da praga, sendo, por isso, observados maiores picos populacionais na estação seca. O adulto da mosca-branca apresenta elevada mobilidade, sendo capaz de dispersar-se para longas distâncias através do voo.

Controle

-As principais medidas preventivas para o controle ou convivência com a mosca-branca são: a) fazer plantios isolados; b) eliminar Fotos de inóculo como maxixe, abóbora ou ervas daninhas hospedeiras da praga que estejam ao redor da área a ser plantada; c) iniciar o preparo do solo, mantendo a área limpa, pelo menos 30 dias antes do plantio; d) rotação de culturas com plantas não hospedeiras; e) após o plantio, manter a área isenta de plantas hospedeiras da praga, no interior e ao redor da cultura; f) não permitir cultivos abandonados nas proximidades da área cultivada; g) eliminar os restos culturais imediatamente após a colheita.
-Controle biológico: Várias espécies de inimigos naturais têm sido identificadas em associação com o complexo de espécies de mosca-branca. No grupo de predadores, foram identificadas dezesseis espécies das ordens Hemiptera, Neuroptera, Coleoptera e Diptera. Entre os parasitóides, identificaram-se 37 espécies de micro-himenópteros. Os parasitóides dos gêneros EncarsiaEretmocerus e Amitus são os mais comumente encontrados. No grupo de entomopatógenos, várias espécies são citadas, como:Verticillium lecaniiAschersonia aleyrodisPaecilomyces fumosoroseus e Beauveria bassiana
-Como medida curativa, pode-se adotar o controle químico, porém considerando-se o uso das substâncias químicas dentro de um programa de manejo integrado de pragas (MIP), pois, o uso exclusivo, não criterioso e contínuo de inseticidas não é a solução permanente para o controle da mosca-branca

Mosca-do-mediterrâneo - Ceratitis capitata

Em geral está associada à cultura do pimentão a partir do início da frutificação. Os ovos são colocados diretamente sobre os frutos e as larvas se alimentam de sementes e da polpa de frutos verdes e pequenos, até frutos grandes e maduros sendo comum encontrar até 12 larvas por fruto. A pupação ocorre em geral no solo. Frutos danificados pela mosca-do-mediterrâneo podem ser aproveitados para produção de páprica, pois não caem das plantas, desde que não contaminados por bactérias. Perdas atribuídas à associação do inseto com a bactéria são estimadas entre 12-18%.

Controle

· Usar armadilhas tipo Jackson com isca de feromônio sexual Trimedilure;
· Utilizar isca tóxica com uma mistura de substância atrativa, como proteína hidrolisada 5% ou melaço 10%, com inseticidas.

Ácaros

Ácaro rajado Tetranyuchus urticae  ácaros vermelhos T. evansi e T. marianae  o ácaro branco Polyphagotarsonemus latus

Os ácaros rajado e vermelholocalizam-se na face inferior dasfolhas que aparecem envolvidas poruma teia branca. Provocam clorosegeneralizada e queda das folhas emorte das plantas. O ácaro-branco localiza-se na parte apical das plantasnos brotos terminais, tornando asfolhas coriáceas, com os bordosrecurvados e de coloração bronzeada.  O ácaro-plano localiza-se nas hastes e folhas mais tenras daplanta que apresentam manchascloróticas e bronzeamento.


Controle


. É feito através da aplicação de acaricidas específicos (ácaros vermelho, rajado e branco) ou enxofre, no caso do ácaro plano.





Fonte: 
Picanço, M. C. Notas de aula BAN 360. Viçosa. UFV. 
Horticularidades
Embrapa
Agrofit